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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Palhaços, temos vagas

Todos os anos milhares de pessoas se inscrevem para participar do Big Brother Brasil, reality show que semana após semana, paredão após paredão, em todos os seus três meses rende a Globo milhões de reais, isso mesmo, a cada paredão o povo desembolsa uma fortuna para o programa, coisa de país rico, como o nosso. O BBB pode ser considerado o símbolo da cultura brasileira, contando com o fato de que o programa veio de fora, mas foi aqui onde realmente fez sucesso. Ele se tornou a galinha dos ovos de ouro da emissora, afinal, é ele que paga novelas sem criatividade ou cunho social, programas de humor sem humor, apresentadores que chamam membros de sua equipe de “imbecil” ao vivo, e tudo isso financiado por quem? Por nós! Que passamos as noites das feries dando uma espiadinha.
As milhares de pessoas que se inscrevem no programa buscam fama, dinheiro fácil, mas não se dão conta de que estão prestando um papel ridículo, se expondo de maneira absurda para os ávidos telespectadores. Dessas milhares de pessoas são escolhidos os piores. Isso mesmo, os piores. Os com menos educação, pudor, com os corpos mais belos e sarados. Ou você acha que gente normal, gente inteligente da audiência? Não, o povo, cada dia mais alienado gosta mesmo é de barraco, confusão, gente ficando bêbada nas festas e mulheres mostrando tudo em todos os ângulos para o Brasil inteiro, e o que não mostram lá dentro mostram depois, nas revistas masculinas.
            Mas em todo esse circo quem faz o pior papel somo nós, que assistimos isso, que gastamos nosso dinheiro para financiar essa fonte inesgotável de cultura, um entretenimento genuinamente vazio, que presenciamos noite após noite, sem perder nenhum capítulo da degradação pública do ser humano, e no fim ainda achamos tudo muito bonito, afinal, foram as belas atitudes e a boa educação do Fulano que o fizeram ganhar o prêmio.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

É apenas um sonho

Liberdade, o que é essa tão famosa liberdade? Já foram muitos os que tentaram explica-la, poucos conseguiram. Segundo Fernando Pessoa “liberdade é a possibilidade do isolamento”, eu discordo. Seres humanos são criaturas sociáveis, precisam e querem uns aos outros, se liberdade é poder ficar sozinho para que buscá-la tanto? Vamos facilitar. Ramificar. Liberdade de opinião, agora ficou fácil. Poder falar o que vem a cabeça, xingar o presidente sem medo da polícia, criticar o sistema sem o perigo da tortura... São inúmeros os exemplos que podem ser citados. Mas olhando com mais atenção, eles significam alguma coisa?
            Não! Ao longo dos séculos quadros da liberdade guiando o povo foram pintados, ditadores derrubados, usurpadores do poder público mortos e nada mudou. Quer dizer, mudou sim, o poder mudou, de mãos. Em um revezamento precário, no qual quem chegou acabou fazendo a mesma coisa de quem saiu, e nesse meio tempo a tal liberdade de opinião é muito falada e pouco vista. Não por culpa apenas dos poderosos, fique bem claro, é pelo contrário, muito mais por culpa do povo, da numerosa plebe, porque quem está no poder está lá porque alguém o colocou, ninguém chega a lugar nenhum sozinho, e a liberdade de opinião é pouco vista por preguiça, por comodidade, ou hoje em dia se vêem protestos nas ruas? Reivindicações populares? Nós assistimos todos os dias na televisão que a economia está ótima, que o PIB está aumentando e blábláblá. Todos nós achamos lindos os gráficos com suas flechinhas coloridas apontando para cima, é ou não é uma maravilha?
            Não! Mais uma vez não. Ou alguém ai viu algum resultado da beleza do aumento do PIB? No salário dos servidores públicos é que não foi. De que adianta esse aumento estupendo afinal? Alguém pelo menos sabe o que PIB significa? Poderia muito bem ser “Povo Idiota e Burro”, que prefere olhar para os gráficos do que para a educação pública se deteriorando, das greves na saúde, dos doentes nos corredores, dos jovens perdidos nas drogas e da violência sem limites.
            E agora, onde está a liberdade de opinião, de expressão? Onde sempre esteve: na mão de um povo que não sabe usar. Olhando para trás vemos que houve épocas que quem a usava era morto, mais para frente corajosos a fizeram de bandeira, época em que a população sabia o que era impitimam e não tinha medo de usa-lo, mas agora parece que voltamos para o passado. Bom se fosse, pelo menos no passado o povo queria usar a tão desconhecida liberdade de opinião, mas agora que temos ela em mãos parece que perdeu o valor, para que iríamos querer ela não é mesmo, afinal o PIB está crescendo!
            Quando finalmente podemos exercer nossos direitos nos prendemos no comodismo de uma falsa vida perfeita, é um sonho distante que está nos cegando, e só iremos acordar quando tomarmos um banho de água fria.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

007, licença para matar

Quem nunca assistiu a um filme hollywoodiano, seja de James Bond ou qualquer outro, em que o personagem principal tinha a famosa “licença para matar”? Pois é, hoje em dia não precisa ser nem agente secreto para se ter essa e muitas outras: licença para roubar, estuprar, agredir... A lista é grande, e para ter todas essas basta apenas um requisito: Ser menor de idade.
A sociedade brasileira começa agora a discutir a redução da maioridade penal. Uma discussão necessária, mas tardia. Ou será que um assassino cruel de quinze anos é melhor que um de trinta? A conversa de que “ele não sabia o que estava fazendo” ou “a idade justifica tudo” não cola mais, ou não deveria colar. Um país que quer se tornar uma das potências mundiais não pode se dar ao luxo de deixar o caos e a violência reinarem, ou nunca chegaremos a lugar algum.
A morte para um jovem menor de idade significa o mesmo que para outro, de vinte, vinte e cinco anos, ou para alguém de cinqüenta. É o fim de tudo. Sem mais alegrias, sem mais tristezas, sem mais futuro. O assassinato também significa a mesma coisa para todas estas faixas etárias. Você está impondo a morte para alguém. Está impondo o fim de tudo. Sem mais alegrias, sem mais tristezas, sem mais futuro, sem mais delongas. É chegada à hora de decidirmos o que queremos daqui para frente. Se iremos permitir que um assassino junior escreva um ponto final em nossa historia, sabendo que ele não ficara mais de dois, três anos na prisão, ou se acabaremos de vez com essa injustiça e violência que assola nossas vidas. Limites existem, são necessários e devem ser usados, independente da idade. Se os jovens são o futuro da nossa pátria devemos guiá-los para que não se percam no caminho, ou não encontraremos mais caminho algum.